Zelensky e Trump discutiram na Sala Oval: “Está a brincar com a Terceira Guerra Mundial”

Donald Trump e Volodymyr Zelensky protagonizaram um momento de tensão na Casa Branca, esta sexta-feira, ao discordarem sobre o caminho a seguir para o conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Durante a conversa, o presidente ucraniano classificou Vladimir Putin como um “assassino”, enquanto Trump insistiu que Kiev deveria demonstrar mais “gratidão” pelo apoio dos Estados Unidos.

Na Sala Oval, Trump foi direto ao afirmar que Zelensky não estava em posição de ditar termos e que a Ucrânia teria de aceitar um compromisso com a Rússia, caso contrário, os EUA poderiam retirar o seu apoio. O vice-presidente norte-americano, JD Vance, que também estava presente, criticou o líder ucraniano, acusando-o de ser “desrespeitoso”. Zelensky tentou responder, mas foi interrompido.

A discussão tornou-se ainda mais acesa quando Trump defendeu que a Ucrânia teria de ceder em alguns aspetos para alcançar um cessar-fogo, afirmando que qualquer acordo exige concessões. Zelensky, por sua vez, rejeitou essa possibilidade, exibindo imagens de crimes de guerra e reforçando que não poderia negociar com Putin, a quem voltou a chamar de “assassino”. O presidente ucraniano denunciou ainda a deportação de crianças ucranianas pelas forças russas e os crimes de guerra cometidos durante a invasão.

Trump, no entanto, insistiu na sua posição, acusando Zelensky de não demonstrar apreço pelo apoio americano. “Está a colocar milhões de vidas em risco”, afirmou Trump, acusando-o ainda de agir de forma irresponsável e de “brincar com a Terceira Guerra Mundial”.

Durante a reunião, Trump revelou que já teve diversas conversas com Putin, incluindo uma chamada telefónica em fevereiro, e afirmou que um acordo de cessar-fogo pode estar próximo. Também mencionou um acordo prestes a ser assinado com Zelensky, que daria aos EUA acesso a recursos naturais ucranianos, incluindo minerais essenciais.

No final do encontro, Zelensky desafiou Trump a visitar a Ucrânia para ver a realidade do país em primeira mão, afirmando: “Tem de vir e testemunhar com os seus próprios olhos”.

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