Tribo isolada Hongana Manyawa confronta escavadora perto de mina de níquel

Um recente vídeo expõe membros da tribo Hongana Manyawa, isolada na Indonésia, a observar impotentes enquanto uma escavadora destrói a floresta que sempre chamaram de lar.

O vídeo foi registado por um trabalhador que fazia parte de uma equipa que inicialmente extraía madeira da região antes que esta fosse preparada para a extração de níquel.

Dois homens da tribo são vistos a aproximarem-se da escavadora com cautela, ao mesmo tempo que mexem nas suas armas, como que a dizerem que a sua presença ali não é bem-vinda. Em resposta, os operadores da máquina aceleram os seus motores, deixando os homens apavorados, forçando-os a fugir.

Os Hongana Manyawa são uma tribo isolada, cujo nome na sua língua significa “Povo da Floresta”. Estima-se que existam entre 300 e 500 membros isolados dessa tribo.

Esses habitantes vivem na ilha de Halmahera, situada sobre uma das maiores reservas de níquel do mundo. Nos últimos anos, a demanda por níquel aumentou significativamente devido ao seu uso em baterias de carros elétricos, o que atraiu a atenção de corporações de mineração internacionais para esta outrora pacífica ilha.

A Weda Bay Nickel, uma empresa parcialmente controlada pela mineradora francesa Eramet, deu início às operações de mineração na ilha em 2019 e planeia ampliar os seus esforços nas próximas décadas.

A empresa alemã BASF também está em busca de uma parceria em Halmahera para realizar um grande projeto de fundição, transformando o níquel num grau adequado para baterias de carros elétricos.

A Weda Bay Nickel alega que as suas concessões de mineração não estão próximas das terras habitadas pelos povos isolados. No entanto, a organização Survival International afirma ter vazado documentos internos que indicam que a empresa contratou antropólogos que alertaram sobre a presença da tribo Hongana Manyawa na área e nas proximidades.

Esta tribo possui uma profunda ligação com a floresta em que vive, dependendo dela para a sua sobrevivência. Quando um bebé nasce, o seu cordão umbilical é enterrado no solo junto a sementes. A árvore que brota deste ato é vista como parte da vida da pessoa, uma manifestação física da sua alma, e, portanto, é admirada com profundo respeito pela floresta que a abriga.

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