Primeiro português a entrar na Coreia do Norte em 6 anos conquista o ouro em prova de 10 km

João Sousa Pinto, atleta português, foi destaque numa reportagem da TSF após participar na Maratona Internacional de Pyongyang, na Coreia do Norte, onde venceu a prova dos 10 km. Foi o primeiro português a entrar no país desde 2019 e descreveu toda a experiência como “ótima”, em declarações à TSF.

Segundo contou, João sempre teve curiosidade em visitar a Coreia do Norte. Quando surgiram vagas para o evento, foi dos primeiros a inscrever-se e acabou por ser um dos selecionados para participar. Durante a sua estadia, não teve acesso à internet, mas revelou que os receios iniciais rapidamente desapareceram.

Em entrevista à TSF, relatou que, ao contrário do que se pensa, conseguiu andar na rua sozinho, visitar lojas e até supermercados. “Não vi nada do que se diz”, afirmou, embora tenha ressalvado que esteve apenas em Pyongyang e que noutras cidades a realidade poderá ser diferente. Comparou a experiência com a da China, dizendo que tudo lhe pareceu semelhante, desde a cultura ao ambiente social.

João Sousa Pinto contou que ficou surpreendido com a valorização que o atletismo tem na Coreia do Norte. O estádio Kim Il-sung estava lotado com 60 mil pessoas a assistir e aplaudir os atletas. Referiu ainda que, ao contrário de Portugal, onde o futebol domina a atenção mediática, naquele país sente-se um apreço genuíno por várias modalidades. “Foi uma experiência que nunca tive em Portugal ou noutro lugar”, revelou.

A cerimónia de entrega da medalha foi feita na presença de Kim Jong-un e de vários ministros do regime. João apareceu na televisão e em jornais locais, um reconhecimento que, segundo disse, nunca experimentou em território nacional.

O atleta afirmou que muitas das ideias que tinha sobre o país não se confirmaram. Apesar de reconhecer que o que viu se limita à capital, disse que as ideias mais negativas que se ouvem no Ocidente lhe parecem agora “um bocado exageradas”. “Aquela ideia que temos de que as pessoas não têm liberdade para sair de casa, acho que é um exagero”, concluiu.

João regressou a Portugal com uma medalha de ouro e uma perspetiva diferente sobre um dos países mais fechados do mundo.

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