
Governante da Madeira pede desculpa após ser apanhado a insultar deputadas no parlamento
A sessão plenária da passada terça-feira, 17 de junho, na Assembleia Legislativa da Madeira ficou marcada por declarações ofensivas do secretário regional do Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus, dirigidas a deputados da Oposição.
Em pleno debate do Orçamento Regional, o governante referiu-se à deputada socialista Sílvia Silva como “esta gaja” e, pouco depois, chamou “burra do cara**”* à também socialista Sancha de Campanella. O deputado Rafael Nunes, do Juntos Pelo Povo (JPP), também não escapou aos insultos, sendo apelidado de “bardamerda” e “palhaço-mor”.
Inicialmente, Eduardo Jesus tentou desvalorizar o episódio, afirmando ao Diário de Notícias da Madeira que “os termos estão no dicionário” e que fazem parte de uma “cultura político-partidária permissiva”. No entanto, perante a forte contestação pública e política, o secretário regional recuou e enviou uma carta à presidente da Assembleia Legislativa, Rubina Leal, na qual apresentou um pedido de desculpas. Eduardo Jesus afirmou que “não teve, em momento algum, a intenção de ofender os senhores e senhoras deputadas nem a própria instituição parlamentar”, justificando os apartes com o “clima de tensão e entusiasmo” característico das discussões em plenário.
As declarações geraram um forte protesto por parte do PS-Madeira, que apresentou um requerimento formal denunciando um “comportamento indigno” e pedindo “condenação pública” pela presidência do Parlamento regional. Os socialistas exigem ainda uma reflexão entre os partidos sobre a introdução de normas de conduta mais exigentes no seio da Assembleia.
Sancha de Campanella, uma das deputadas insultadas, reagiu com firmeza nas redes sociais, considerando o ataque “uma agressão à democracia e à dignidade de todos os madeirenses”. A deputada sublinhou que “não estamos aqui para ser silenciadas nem para ser humilhadas”, apelando à não normalização do insulto e da intimidação no debate político.
Já o JPP pediu abertamente a demissão de Eduardo Jesus, classificando o comportamento como inaceitável para um membro do Governo Regional. Até ao momento, não foi tomada qualquer decisão oficial sobre sanções ao governante.