Depois de 102 anos de espera, banhos no Sena são autorizados… e proibidos no dia seguinte

O tão aguardado regresso dos banhos públicos no rio Sena, em Paris, durou pouco mais de 24 horas. Após 102 anos de proibição, milhares de pessoas mergulharam novamente nas águas do famoso rio, apenas para verem o sonho suspenso no dia seguinte, devido a chuvas intensas e à má qualidade da água.

As autoridades parisienses hastearam bandeiras vermelhas em três zonas balneares, encerrando temporariamente o acesso ao público. A culpa? O velho sistema de esgotos da cidade, construído no século XIX, que se torna facilmente saturado quando chove. Como águas pluviais e esgotos partilham os mesmos canais, o excesso acaba por ser descarregado no rio, colocando em risco a saúde pública.

A Câmara Municipal de Paris garante que a água é analisada diariamente e que as zonas de banho contarão com um sistema de bandeiras semelhante ao das praias: verde para água segura, vermelho para imprópria. No entanto, com a chegada do verão e as frequentes oscilações climatéricas, as interrupções deverão repetir-se com alguma regularidade.

Esta reabertura parcial do Sena surge na sequência de um investimento de 1,4 mil milhões de euros feito nos últimos anos para despoluir o rio, em preparação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Entre as medidas, destacam-se novas ligações de saneamento, tecnologias de desinfeção e a construção de um enorme reservatório para conter o escoamento contaminado durante as chuvas.

Apesar dos contratempos, a cidade planeia manter os banhos abertos, quando for possível, até ao final de agosto, naquilo que seria um marco histórico para Paris e um símbolo da reconciliação da cidade com o seu rio.

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