
Cientistas desenvolvem antídoto inédito com sangue de homem picado por mais de 200 cobras
Durante mais de 20 anos, o norte-americano Tim Friede injetou-se voluntariamente com pequenas doses de veneno de cobra, na tentativa de criar resistência às toxinas. O que começou como uma experiência extrema tornou-se agora um avanço científico com potencial promissor: o seu organismo desenvolveu anticorpos que estão a servir de base para um novo tipo de antídoto.
Der US-Amerikaner Timothy Friede verabreicht sich das Gift der tödlichsten Schlangen der Welt für die Wissenschaft. Das könnte viele Menschenleben retten. Was treibt ihn an? https://t.co/ZdGwp9Z4gK pic.twitter.com/dStgTJItjM
— tagesanzeiger (@tagesanzeiger) May 6, 2025
Tim Friede has let deadly snakes bite him over 200 times. For more than two decades, he’s been building immunity to help scientists create a universal antivenom.
— Complex (@Complex) May 4, 2025
Now, his blood is being used to develop a treatment that may protect people from a wide range of snakebites and save… pic.twitter.com/6j96DiBABq
A empresa de biotecnologia Centivax identificou dois desses anticorpos – LNX-D09 e SNX-B03 – com capacidade para neutralizar venenos neurotóxicos de várias espécies, como najas e mambas-negras. Quando combinados com o fármaco varespladib, ofereceram proteção total a ratos em testes laboratoriais. Como são derivados de anticorpos humanos, estes tratamentos poderão evitar os efeitos secundários comuns dos antivenenos tradicionais, feitos a partir de soro animal.
Apesar dos bons resultados, o antídoto ainda não é eficaz contra os venenos de víboras, que afetam o sistema circulatório. O objetivo da investigação é criar um tratamento eficaz, acessível e aplicável mesmo em zonas com poucos recursos médicos. Tim Friede, com o seu método pouco ortodoxo, pode ter ajudado a salvar milhares de vidas no futuro.