Cabeça de menino palestiniano é recolocada após “decapitação interna”

A cirurgia de um adolescente palestiniano, vítima de um atropelamento enquanto andava de bicicleta, recebeu repercussão devido ao termo utilizado para descrevê-la como “decapitação interna”.

O palestiniano Suleiman Hassan, de 12 anos, sofreu uma “decapitação interna” – onde a base do crânio e o topo da coluna se desprenderam, mas a pele ainda permanece intacta. Ela ocorre quando o impacto súbito na cabeça faz com que os ligamentos e músculos que seguram o crânio na posição nas vértebras superiores da coluna se rasguem. Graças a um grupo de cirurgiões em Israel, ele voltou a andar sem ajuda.

A lesão descrita, conhecida como dissociação craniocervical ou disjunção craniocervical, é considerada muito rara, representando menos de 1% das lesões na coluna vertebral. Os médicos relataram que a cabeça de Suleiman estava “quase completamente separada da base do pescoço”, indicando uma lesão grave e potencialmente fatal.

“Lutamos pela vida do menino”, disse Ohad Einav, um dos cirurgiões que operou o paciente, ao The Times of Israel. A cirurgia só é possível se os principais vasos sanguíneos ainda estiverem intactos, pois o fluxo sanguíneo para o cérebro deve ser preservado.

A verdadeira incidência de decapitação interna é por muitos desconhecida, pois 70% das vítimas morrem instantaneamente ou a caminho do hospital. Um estudo de decapitações internas em crianças no Hospital Infantil da Filadélfia registou 16 lesões como essa em 17 anos. Ela é tratada pela fusão do crânio e da coluna vertebral usando hastes, parafusos, placas e enxertos ósseos.

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