Britânico chega ao Nepal em dia de protestos e filmagens tornam-se virais… “loucura absoluta”

Harry, um turista britânico de 28 anos que está a percorrer o mundo de mota, teve uma chegada conturbada ao Nepal na passada segunda-feira, 8 de setembro, coincidindo com o início dos chamados “protestos da Geração Z”. Os vídeos que o britânico publicou rapidamente se tornaram virais nas redes sociais.

Segundo o jornal britânico Metro, Harry, que documenta a sua viagem no canal de YouTube “We Hate The Cold”, atravessou a fronteira entre a Índia e o Nepal na noite de segunda-feira e dirigiu-se diretamente para Katmandu.

Já na capital, Harry percebeu que o telemóvel estava sem dados móveis e decidiu estacionar para tentar encontrar um hotel. Foi então que percebeu que algo não estava bem. “Alguém aproximou-se de mim e disse que eu precisava de ir para um hotel porque havia recolher obrigatório e que 20 pessoas tinham sido baleadas”, contou ao Metro.

“Foi um momento incrédulo. A pessoa que se aproximou de mim ajudou-me a encontrar um hotel e, enquanto conduzia, tive de passar por uma pequena multidão que atirava pedras à polícia de choque”, acrescentou. Em resposta, “a polícia deu um tiro para o ar”.

Mesmo no meio da violência, Harry notou gestos de solidariedade: “As pessoas estavam a proteger-me – a dizer-me onde não ir, a oferecer-me água, até mesmo a dar-me passagem segura pela multidão…”, contou. “Viram a minha câmara e queriam que os meios de comunicação internacionais vissem o que estava a acontecer no Nepal, porque sentiam que estavam a ser deturpados”.

Os protestos contra os partidos políticos do Nepal duram há semanas, com os manifestantes a responsabilizar os partidos pelos “elevados níveis de corrupção no país”. A situação agravou-se após o governo nepalês ter proibido, a 4 de setembro, 26 plataformas de redes sociais — incluindo Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube e X. No entanto, os locais explicaram a Harry que “o protesto não é sobre as redes sociais” e que “esta foi apenas a gota de água”.

“A situação desdobrou-se numa loucura absoluta que nunca tinha visto antes… como o Dia do Juízo Final”, recordou o britânico. “Gás lacrimogéneo estava a ser detonado, tiros no ar, bolas de fogo a cruzar o céu. Houve momentos em que pensei: ‘Uau, posso mesmo morrer aqui’”.

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