Maior teia de aranha do mundo descoberta revela colónia com mais de 100 mil aranhas
Uma expedição espeleológica descobriu na fronteira entre a Albânia e a Grécia algo digno de um filme de terror: a maior teia de aranha alguma vez registada. Encontrada no interior de uma caverna profunda conhecida como Caverna do Enxofre, a estrutura impressiona pelas dimensões, com mais de 106 metros quadrados, o equivalente a uma casa geminada, abrigando uma colónia de cerca de 110 mil aranhas.
O ambiente da caverna é tudo menos comum. As paredes amareladas e o ar carregado de gás sulfídrico revelam um ecossistema peculiar, formado pela reação entre a água subterrânea e o oxigénio, que gera ácido sulfúrico e corrói as rochas. Foi neste cenário hostil que duas espécies, a Tegenaria domestica (aranha-doméstica) e a Prinerigone vagans (tecelã de folhas), decidiram coabitar.
O mais surpreendente não é apenas o tamanho da teia, mas o comportamento colaborativo entre espécies que, em condições normais, seriam predadoras entre si. De acordo com o investigador Jason Dunlop, do Museu de História Natural de Berlim, a explicação está na abundância de alimento dentro da caverna. Pequenos insetos alimentam-se de limo microbiano gerado por bactérias que consomem enxofre, o que garante alimento suficiente para ambas as espécies coexistirem pacificamente.
O estudo, publicado na revista científica Subterranean Biology, apresenta uma nova perspetiva sobre comportamentos sociais entre aranhas em ambientes extremos. A equipa estimou a densidade populacional contando o número de aranhas em várias secções da teia e multiplicando os resultados pela área total. A conclusão foi surpreendente: mais de 100 mil aranhas vivem em harmonia nas profundezas desta caverna albanesa.